Nome
Ricardo Cordeiro
Idade
43 anos
Dentro da Delta
Técnico de produção na Adega Mayor
Trabalha na Adega Mayor há 20 anos, antes sequer de o icónico edifício desenhado pelo arquiteto Álvaro Siza Vieira ter aberto portas. Ricardo Cordeiro não conhece outra casa. “Lembro-me disto ainda tudo de raiz”, recorda com um sorriso. Ao longo deste tempo tem conseguido conciliar as duas atividades: de segunda a sexta-feira está na Adega Mayor, aos fins de semana dedica-se ao negócio de família: a venda ambulante de pipocas, algodão-doce e farturas – ou brinhóis, como lhes chamam em Campo Maior.
O ritmo é acelerado, mas Ricardo diz que, regra geral, quem corre por gosto não cansa. A época mais atribulada é mesmo a das Festas do Povo – que acontecem em Campo Maior “só quando o povo assim quer”. Isto porque, havendo festas, elas decorrem no final do verão e coincidem com a época das vindimas. “Começo o dia na adega mais cedo, para poder sair mais cedo também, pelas 14h. Depois descanso um bocadinho e vou para a rulote até às três ou quatro da manhã. São dias puxados”, confessa. Mas se continua a dar gozo? “Claro, nasci nisto!”
Em dias de feira, os colegas da Adega Mayor passam sempre pela rulote do Rei do Brinhol para um docinho – na maioria das vezes, uma fartura. Gostam tanto delas que Ricardo já chegou a levar o seu enorme tacho para o trabalho, para adoçar as vindimas com brinhóis quentinhos, feitos na hora para todos. E garante: “Brinhol e galão ao pequeno-almoço é do melhor que há.”