O espaço da Pastelaria Ramos foi-se alargando em 95 anos e hoje é pequena para os aveirenses que não dispensam os seus bolos únicos e sempre frescos.

A confeitaria in

Vítor Carvalho é, desde 2013, o terceiro proprietário deste ícone de Aveiro que começou por ser uma mercearia fina e que em 1929 foi transformado numa confeitaria pelo filho do primeiro dono, Aníbal Ramos. Nos anos 70, quando era um jovem cliente, esta “era a típica casa de chá estilo francês, frequentada pelas pessoas in da cidade”, recorda.

 

Dois nomes

De letreiro virado para a avenida Dr. Lourenço Peixinho, o fundador chamou-lhe Pastelaria Avenida. Os clientes, por sua vez, decidiram tratá-la pelo apelido do proprietário. Hoje assume-se o nome com que a cidade a batizou, mas nas chávenas Delta personalizadas para esta casa ainda está o logótipo antigo, com as iniciais “pa”, num tipo de letra estilizado.

 

Campeão da bandeja

Adelino Augusto anda de bandeja entre as mesas há 45 anos. Chegou aos 15 e foi aqui que conheceu a mulher, pasteleira. Nos anos 70 e 80, foi o representante da Ramos nas corridas de bandejas do Sindicato da Hotelaria. “Vinha gente de toda a região Centro e tínhamos de fazer o percurso com uma bandeja com três garrafas vazias e quatro copos de água”, conta o Sr. Augusto, várias vezes campeão.

 

O Cartuxo

Todos os dias saem da cozinha 60 tipos de bolos. São perto de 100 litros de natas por semana. Para saber onde pára esse líquido batido em chantilly, basta olhar para o famoso cartuxo. Este cilindro de bolo de chocolate e frutos secos recheado é uma homenagem aos cartuchos (embrulhos de papel) bem cheios que os clientes sempre levaram desta morada.

 

Interior charmoso

Até à década de 1980, esta casa estava forrada a sofás, um convite a longas horas entre chá, bolinhos e cavaqueira. Nessa altura, trocaram-se os sofás por umas robustas cadeiras acolchoadas, a combinar com o antigo revestimento em madeira e as peças de arte que tornaram cada canto único. Chegou então a pièce de résistance: uma vistosa vitrine italiana que “dá a sensação de proximidade, até parece que vamos tocar nos bolos”, diz Vítor Carvalho.