A fama dos seus croissants, simples ou recheados, extravasa, e muito, os limites da cidade de Odivelas, onde foi fundada há 45 anos. A Faruque tem nova gerência desde 2020, mas a receita histórica, garantem os seus responsáveis, mantém-se. Tal como a de outro dos produtos ex-líbris da casa e do concelho: a marmelada branca.

Natal

É época de grande animação na Faruque. “Quando se pesquisa pelas melhores azevias no Google, somos o primeiro colocado”, afirma orgulhosa Manuela Completo, que com o irmão Mário Silva gere esta casa histórica desde o início de 2020. As encomendas são muitas e o rebuliço vai aumentando à medida que se aproxima o Natal. E para quem não gosta do bolo-rei tradicional, a casa oferece uma alternativa, com recheio de chocolate belga.

Faruque

A origem do curioso nome da casa é desconhecida pelos atuais responsáveis. “Eu sei que o senhor Afonso, que fundou a casa, ainda é vivo, mas já está muito velhinho e nunca consegui falar com ele”, diz Manuela. Antes de ser pastelaria, a Faruque era uma mercearia já com este nome, o que, a avaliar pela época e por alguns elementos decorativos, é uma referência ao famoso rei Faruk do Egito. A razão é que fica por desvendar.

Marmelada branca

Foi também José António, o anterior dono da Faruque, quem preservou e disseminou pelo concelho a histórica receita de Marmelada Branca do vizinho Mosteiro de Odivelas, tendo em muito contribuído para a criação da respetiva Confraria. A pastelaria continua a vendê-la em cubos e caixas e a ser um veículo de divulgação do produto, que, adiantam os responsáveis, deverá obter em breve a classificação IGP (Indicação Geográfica Protegida). 

Croissants

Foi durante a anterior gerência, de José António, que os croissants se tornaram a referência da Faruque. O novo pasteleiro, Xavier Mascarenhas, que passou pela Versailles e pelo hotel The Oitavos, não mexeu na massa que tantos adoram mas adicionou-lhes novos recheios – batata-doce, gila e requeijão, por exemplo – além de ter introduzido outra novidade: uma opção de croissant francês, de massa folhada.

Delta

A Faruque tornou-se cliente da Delta quando a nova gerência tomou conta do estabelecimento. “O Mário fez questão de ter o melhor lote Diamante”, explica a irmã Manuela. A família andava há um ano à procura de uma pastelaria emblemática para assumir quando soube que José António se queria reformar. Ficaram com a Faruque, reformaram o espaço de produção e já abriram um segundo espaço, na zona das Colinas do Cruzeiro.