Leblon

Costa da Caparica

Rui Costa geria alguns clubes noturnos na margem sul, mas resolveu mudar de ramo quando a crise financeira de 2008 irrompeu país adentro. A restauração foi a escapatória que melhor se perfilou, muito graças ao espaço que encontrou com o seu sócio, João Rui, na praia de São João, na Costa da Caparica. Um restaurante em cima do areal a 10 minutos de Lisboa tinha tudo para dar certo e, volvidos oito anos, parece que deu mesmo. O grande trunfo, para além da localização, é a cozinha de inspiração asiática. “O nasi goreng é claramente o nosso best seller”, diz sobre o arroz frito originário da Indonésia que, segundo o próprio, casa perfeitamente com uma Corona. “Apostámos com alguma força nessa cerveja para fugir um bocadinho às tradicionais portuguesas”, refere, lembrando que esta tanto pode ser consumida no restaurante como no lounge montado no areal. Lá fora, são os baldes de cervejas que mais saem. As meias luas de lima vão ao lado, deixando ao critério de cada um a opção de as aconchegar ou não no gargalo. As tardes no Leblon passam assim, com total descontração, e quando o sol se põe, a música torna-se mais mexida, mas nunca ao ponto de o restaurante virar pista de dança, garante Rui – apenas o suficiente para nos deixar mais descontraídos.

Easy at Selina

Porto

A esplanada está escondida, embora já não seja segredo para ninguém. Penetrando pela entrada em pedra do Selina – rocha bem comum na arquitetura portuense – somos guiados corredor fora até desembocarmos num claustro boémio. Ali celebra–se a diversidade, a polifonia, o encontro e tudo o que a vida tem de bom para nos dar – sejam jam sessions às terças, ritmos latinos às quartas, ou, às quintas, sextas e sábados, DJ com música para elevar a aura e pôr corpos a balançar à mesa com sorriso arregalado. “Optamos por fazer coisas diferentes para sermos uma opção diferenciadora do resto do mercado”, diz Toga, responsável pelos espaços Easy. Dessa estratégia faz parte a Corona, cerveja que “dá para beber o ano todo”, garante. Há quem a peça com uma rodela de lima, seguindo o popular hábito mexicano que é nada mais do que um antídoto contra moscas e mosquitos indesejáveis; outros bebem-na sem apetrechos, como Toga, que lhe elogia a leveza. Todos são bem recebidos no Easy, onde há sempre espaço para os nómadas digitais que, por uns dias, fazem do Selina o seu escritório e para as pessoas da cidade que se deixam levar inconscientemente por aquele corredor, costume tornado rotina pela força do prazer.

Daikiri Lounge Bar

Vila Nova de Gaia

Coqueiros na marginal de Vila Nova de Gaia parecem uma extravagância difícil de materializar, mas quando a vontade é muita, nem as nortadas deitam o sonho por terra. Que o diga Gabriel, apaixonado por destinos tropicais, que há cinco anos teve a ousadia de abrir na praia Madalena Sul um restaurante-bar inspirado nos areais mais paradisíacos da Indonésia, Maldivas, Tailândia ou Miami. Os coqueiros, diz-nos, têm de ser substituídos todos os anos, mas aguentam uma temporada inteira, junto a outras plantas exóticas. Neste ambiente, dominado pelas madeiras, privilegiam-se os pratos saudáveis e associados à prática de desporto, como saladas, wraps, batidos de proteína, uma boa tapioca ou o açaí. Nas bebidas, primeiro vieram os cocktails e as sangrias e depois a cerveja Corona: “Como está ligada ao México, ao surf e à praia, coincide com o nosso estilo”, diz Gabriel. Do ambiente tropical, apenas não foi possível importar o tempo soalheiro e quente: nestas paragens, um dia nunca é igual ao outro e é preciso saber jogar com isso. Daí a esplanada em forma de “L”, para proteger do vento, e o espaço interior a servir de lounge. O conforto, lá fora ou lá dentro, está sempre garantido e a exclusividade também, bem como os pores do sol celebrados com DJ ou música ao vivo.

Borogodó

Lisboa

A expressão brasileira borogodó pode ser usada para dizer mal e para dizer bem. Neste caso, a conotação é claramente positiva, mostrando que no novo restaurante do LX Factory a mistura – o tal de borogodó – regala e tem um tempero especial. O conceito surgiu na Casa Pau-Brasil, entretanto fechada por causa da pandemia, e tem como base a combinação de sabores portugueses e brasileiros. O chouriço assado, por exemplo, é servido com farofa de mandioca e, em lugar do empadão, podemos pedir um escondidinho, feito com puré de mandioca, carne seca, cogumelos e queijo gratinado. “Fazemos algumas brincadeiras no prato”, diz Pablo, gerente do restaurante que ocupa uma casa tipicamente fabril, resquícios do legado industrial que marca a traça do LX Factory, e que tem na esplanada um dos principais pontos de atração. “É um sítio muito convidativo e giro para passar o dia”. De quarta a domingo há música ao vivo e, em dias de jogos importantes, também há futebol a passar na televisão. Para quem apenas quiser beber um copo, há caipirinhas ou cerveja Corona, que vai para a mesa com uma rodela de lima. Igualmente imperdíveis são os bolos caseiros, vindos diretamente da Brigadeirando, um autêntico pecado só de olhar. 

Base

Porto

A inauguração do Base, celebrada em 2015 em plena noite de São João, teve a bênção do padroeiro da cidade. Logo aí já se augurava coisa boa. A localização fez o resto: “Estamos no meio de dois locais emblemáticos, entre a Livraria Lello e a Torre dos Clérigos”, atira para a conversa o gerente João Pedro com a mesma astúcia com que se atira um trunfo para cima da mesa. De facto, naquele que é conhecido como o Jardim das Oliveiras, são muitos os rostos que se cruzam e que, aproveitando a relva fofa, esticam uma toalha, um páreo ou o que estiver à mão para deixar a conversa fluir. Alguns trazem o seu animal de estimação, que agradece o passeio e que por estas bandas é muito bem-vindo. A descontração estende-se naturalmente ao Base, que ali se instalou sem muros, convidando a entrar todos os que procuram a bebida ideal para que um simples olá se prolongue tarde e noite adentro, sempre com música ao vivo e DJ. Para muitos, essa bebida é uma Corona fresquinha, amada tanto pelos turistas quanto pelos portuenses. “A Corona está a alastrar-se e tem tudo a ver com a boa vibe do Base”, refere João. Afinal, haverá coisa melhor do que estar num bonito jardim ao ar livre, no centro da cidade, onde tudo borbulha, com uma cerveja bem levezinha na mão? 

Marcelino Beach Club

Costa da Caparica

Miguel Gomes faz parte da segunda vaga de surfistas da Costa da Caparica. Nos anos 80, conta-nos, surfava diariamente nesta praia: “Éramos para aí uns 50 a surfar todos os dias.” Domadas as ondas, sentava-se muitas vezes com os amigos no restaurante do Sr. Marcelino, ali mesmo debruçado sobre a areia. O restaurante fechou, Miguel cresceu e abriu um bar no Bairro Alto, mas o coração, qual mar que nos navega, voltou a trazê-lo para o seu lugar de juventude. Três décadas volvidas, pegou nesse mesmo restaurante de praia e abriu o Marcelino Beach Club, que é também sede do Club de Surf da Costa da Caparica, ao qual preside. Aqui, como é fácil de perceber, tudo está ligado ao surf: desde o menu, que tem hambúrgueres artesanais com nomes de surfistas e uma componente vegetariana e vegana muito vincada, à decoração, com várias pranchas oferecidas por surfistas. Vasco Ribeiro, Kikas, Mafalda Lopes, o japonês Kanoa Igarashi ou o brasileiro Ítalo Ferreira são alguns dos nomes que por lá passaram, lembrando tubos épicos e brindando ao surf com sumos naturais ou com uma Corona. “Foi amor à primeira vista”, diz Miguel sobre a cerveja que patrocina a World Surf League. “Tem tudo a ver com este lifestyle”, frisa, e, sendo assim, não é difícil entrar na onda.

Easy at Selina

Vila Nova de Milfontes

O Selina está espalhado por mais de 60 destinos em todo o mundo e nenhum é escolhido ao acaso. Não surpreende que Vila Nova de Milfontes tenha sido uma das moradas nacionais escolhidas pelo grupo, que tanto abraça o que de bom a globalização nos dá, como a valorização do que é local e genuíno. Milfontes espelha esse delicado equilíbrio, para além de ter um encanto próprio emoldurado pela foz do rio Mira, pelas praias do Sudoeste Alentejano e pelo Parque Natural da Costa Vicentina. Quem aqui chega vem essencialmente à procura de bem-estar e, nesse aspeto, o Selina tem muitas propostas para deixar água no bico, entre aulas de yoga, meditação, fitness ou capoeira. E não há como descurar a oferta gastronómica, atenta às estações e a referências internacionais que ficam bem em qualquer mesa, como uns Scotch Eggs, um bom guacamole ou uma Corona servida no ponto: garrafa a escorrer gotas sadias de água, tal como os corpos acabados de chegar da praia. A esplanada, virada para a rua, dá nas vistas pela presença do mural Klemens, autoria de Jorge Charrua, que desta forma nos lembra que ali bem perto, na praia do Patacho, há um barco encalhado que anda a alimentar mitos desde os anos 90. Está aceso o rastilho da conversa.  

Spot Bar Lounge

Albufeira

A vista é “mirabolante”, diz Tiago sobre o rooftop do seu Spot Bar Lounge, espaço que habita há vários anos a praia dos Alemães, em Albufeira. Basta o sol se começar a pôr para as câmaras se atropelarem em disparos, em busca do postal perfeito para as redes sociais. Aos sábados, o bar eleva a fasquia organizando sunsets com dj logo a partir das 18h, hora em que os banhistas começam a abalar do areal. Se os sunsets já eram uma atração por si só, este ano há outro motivo válido para acorrer a estes eventos: o bar da Corona. “Enquadra-se no estilo da casa”, refere Tiago, que inclusivamente reinventou a cerveja num cocktail que dá nas vistas: o Corona Rita é servido num copo de Margarita, com tequila e a garrafa invertida. “As pessoas gostam de ter uma bebida bonita à frente e querem experimentar.” Mas nem tudo no Spot Bar Lounge gira à volta do rooftop. Há também um deck, que se prolonga para a areia, onde são servidos snacks, e um restaurante que faz jus à boa gastronomia local, trabalhando sobretudo peixes e mariscos. Tome nota do arroz de marisco, do arroz de lingueirão ou do de tamboril, três especialidades que o vão deixar de estômago feliz. Finalizado o jantar, já sabe: só tem de subir ao andar de cima e dançar noite fora.