Nome

Ana Sofia Trindade

Idade

26 anos

Dentro da Delta

Empregada de mesa

 

Mas a fama da acordeonista precede-a. De tal forma que, volta e meia, tanto colegas como clientes que sabem do seu talento lhe pedem para tocar e cantar na Herdade dos Adaens. Quando acontecem datas especiais, como os aniversários da família Nabeiro, a atuação é garantida.

A paixão pelo acordeão começou cedo e por influência do avô. Ana Sofia começou a estudar o instrumento com apenas sete anos, ainda em Caia, a aldeia de onde é natural, nos arredores de Portalegre. Aos dez anos, foi aprender música no Conservatório da cidade, onde acabou por tirar o oitavo grau de clarinete e de formação musical, que lhe permite até hoje ler pautas de música com a mesma facilidade com que lê um livro. E apesar de saber tocar piano, cavaquinho, clarinete e guitarra acústica, é o acordeão que ainda hoje a acompanha para todo o lado – o mesmo desde os dez anos, oferecido na altura pelos pais. São já mais os anos de vida com ele do que sem ele. 

Durante a adolescência, fez parte de vários grupos musicais – dos de baile aos ranchos, e com eles correu o país. Chegou a tocar pinhas, reco-reco e cavaquinho, além do seu acordeão. Chegada aos 22 anos, e vendo-se sem companhia para tocar, aventurou-se a solo nos bailes. Desde então, toca em danceterias, em festas privadas e em bailes de verão, tanto em terras vizinhas alentejanas como do lado de lá da fronteira. O repertório vai da kizomba ao pimba e da rumba ao chachachá. E tem tempo para tudo, já que um baile chega a durar quatro horas, o que equivale a aproximadamente 40 músicas, quase todas tocadas sem olhar para a pauta, com um acordeão de 12 quilos ao peito. “Uma loucura”, como descreve.