Altitude

Branco

Salta à vista a pouca leitura que tem o L no rótulo – e não é assim por mero acaso. O nome do vinho surge de duas ideias distintas mas compatíveis, ligadas entre si por histórias antigas. 

Lê-se Altitude porque as vinhas que dão origem a este vinho estão na serra de São Mamede, a mais de 700 metros de altura. Expostas a maiores amplitudes térmicas, com noites mais frias e secas, as uvas ganham mineralidade e frescura, “características cada vez mais apreciadas” no setor dos vinhos, como explica Pedro Foles, diretor de marketing da Adega Mayor. “São uvas muito valiosas, que habitualmente usamos para dar frescura aos brancos.” 

Isoladas pela primeira vez em 2017, estas afamadas uvas resultam num vinho branco suave, pouco alcoólico e com uma acidez particular. As castas – algumas delas nem identificadas, uma vez que falamos de vinhas com mais de 40 anos – são misturadas no terreno, logo depois da apanha, como era habitual fazer-se antigamente.

Mas olhando para o rótulo deste novo vinho com menos atenção – ou já com um copo a mais – é provável que não dê pelo discreto L, e leia antes Atitude – uma palavra muito empregada por Rui Nabeiro. É propositada a dupla leitura: o novo vinho é uma linha especial da Reserva do Comendador, a gama da Adega Mayor que homenageia o patriarca da família. A frase que se lê no final do rótulo é justamente da sua autoria, e dita não só a atitude com que este vinho é feito mas também com que deve ser bebido.

Esquissos

Tinto

Em 2018, foi lançada uma primeira edição de Esquissos, apresentada num pack de branco, tinto e rosé. “Foi um exercício enológico que fizemos e que não ia integrar a nossa gama permanente”, explica Pedro Foles, diretor de marketing da Adega Mayor. “É só um esquisso, uma ideia, algo que desenvolvemos dentro da adega e não chega sequer ao consumidor. Mas que volta e meia queremos partilhar.” Assim aconteceu novamente no final de 2021, com uma nova edição de Esquissos, desta vez com um carácter bem diferente.

Trata-se do primeiro vinho biológico e natural da Adega Mayor, vinificado com o mínimo de intervenção possível. “O aproveitamento eficiente dos recursos energéticos e a qualidade na produção é para a Adega Mayor prioritário, assim como a aposta na sustentabilidade e num percurso biológico”, sublinha Rita Nabeiro, ceo da marca. “Este Esquisso é a concretização de um desafio e reflete o nosso compromisso com a Natureza. Os 10 hectares de vinha assente numa produção biológica projetam assim um caminho futuro.” 

Com 80% de Castelão e 20% de Aragonez, a leveza e delicadeza do vinho devem-se à vinificação feita de três formas diferentes: em inox, em madeira e em talha de barro. A edição limitada conta com apenas três mil garrafas, mas de onde veio este Esquisso mais virão.“A ideia é continuar a partilhar os exercícios da enologia com os nossos consumidores e estimular neles uma certa curiosidade”, assegura Pedro Foles.