O quê

Sonda

Década

1970

Onde está

Fábrica Novadelta
 

É, sim, uma sonda que serve para uma coisa e uma só: furar sacas de café para retirar amostras sem espalhar grãos pelo chão. Por isso, a sua forma fica entre a de um cone e a de uma estaca de aço. É pontiaguda numa extremidade e, na outra, mais larga e com bordas dobradas – para proteger a mão que a empurra para dentro da saca. A meio há uma ranhura por onde entram os grãos que a seguir, qual funil invertido, saem disparados do cabo para as mãos de quem estiver a recolher a amostra. 

Depois de o café proveniente da América do Sul, América Central, África ou Ásia chegar à fábrica da Novadelta, em Campo Maior, e antes de os seus grãos verdes conhecerem o processo transformador da torrefação: é nesse ponto, em que tudo está calmo, que a faca de prova (como também é conhecida) entra em ação. Porque antes de se torrar café, é necessário garantir que a qualidade do produto se mantém imaculada. “É preciso verificar o aspeto visual e olfativo”, explica Adelino Cardoso, supervisor da torrefação da Delta. “Picamos esse café com uma sonda, pomo-lo na mão e depois vemos se tem algum odor atípico que tenha surgido durante o transporte, no contentor, ou mesmo vindo da origem.” 

Se estiver tudo bem, um sistema robotizado envia as amostras para o laboratório onde o café – cerca de 150 gramas – será torrado para se proceder a uma análise sensorial. O sistema automático foi montado há três anos, aponta Adelino, que no seu gabinete guarda quatro sondas. As restantes estão distribuídas entre as áreas de descarga e de alimentação dos silos. Já ninguém as leva no coldre presas ao cinto, mas continuam a ser necessárias. “Todo o processo costumava ser manual, mas ainda usamos as sondas para picar sacas e ver como está o café ou para tirar amostras isoladas.”