O quê

A primeira Letra assinada por Rui Nabeiro

Quando

1961
A Delta contava apenas oito meses de existência quando foi passada a primeira letra bancária em nome da empresa. Com o valor de 110 mil escudos, o documento representava uma promessa de pagamento ao Banco Pinto de Magalhães, com agência a funcionar em Elvas, na altura conhecida por “trocar pesetas por escudos”, recordou Rui Nabeiro. O crédito foi concedido a 90 dias, que terminariam a 7 de janeiro de 1962, como se vê assinalado a lápis, no canto superior direito do pedaço de papel. 

O adiantamento do capital destinava-se à compra de um terreno e de um pequeno armazém em Campo Maior, que na altura transformava azeitonas. Ficava no centro da vila, na Calouste Gulbenkian, avenida onde hoje funciona a sede do Grupo Nabeiro-Delta Cafés. 

Importante para acompanhar o crescimento da recém-fundada empresa, o financiamento não foi difícil de obter: “Conheciam-me a mim e também ao meu irmão, por isso puseram-se à disposição para esta e outras circunstâncias. Voltei a fazer coisas desse género, mais tarde, com estes senhores também.”

Semelhante à livrança bancária, a letra de câmbio mantém-se, seis décadas depois, um instrumento de financiamento utilizado pelas empresas portuguesas. Está regulada desde 1934 pela Lei Uniforme das Letras e Livranças, sem qualquer alteração até aos dias de hoje.