Herdade dos Adaens
 

O complexo turístico da Herdade dos Adaens, inaugurado em 2019, guarda alguns segredos no seu interior. Podíamos falar das rãs, os seus hóspedes mais permanentes que assistiram à recente transformação da herdade e observam todo o rebuliço a partir das margens da piscina biológica, onde pulam e pululam. Podíamos falar do observatório subaquático, debaixo dessa piscina, onde é possível, através de uma janela, admirar toda a fauna que ali prospera, contribuindo para a biodiversidade local e até para o processo de purificação da água. Ou podíamos falar do inesperado armazém de antiguidades onde se guardam algumas peças históricas, incluindo móveis indo-portugueses que fizeram parte da decoração do Aperta Azeite quando era discoteca e atraía, por noite, milhares de pessoas. 

Mas falemos de algo ainda mais surpreendente: nesta herdade existe aquela que será, porventura, uma das mais curtas linhas ferroviárias de todo o mundo, com apenas 108 metros de extensão. “É uma linha de bitola nacional, com uma composição exatamente igual a todas as outras. Podia perfeitamente circular-se em cima dela.” Quem o garante é Luís Pinheiro, responsável pelo projeto dos Adaens. 

É precisamente sobre essa linha que repousam três antigas carruagens da primeira metade do século XX, transformadas em alojamento para duas pessoas. Todas elas têm nomes de vilas alentejanas: Alter, Nisa e Arraiolos. Ao lado, não falta sequer a tradicional placa de aviso “Atenção aos comboios. Pare, escute, olhe.” Só falta acrescentar um novo verbo: durma.