Nome
Ana Penha
Idade
42 anos
Dentro da Delta
Departamento de qualidade
“Ou era o ballet, ou eram as artes. E como não havia ballet em Campo Maior…” Ana Penha recorda as duas paixões de infância para justificar as telas que a rodeiam hoje no ateliê improvisado no Centro de Ciência de Café.
Desde pequena que Ana se habituou a transformar o que via em ilustrações. Os padrões, as paisagens, as pessoas. E a família sempre lhe estimulou o hábito, a paixão: “Eles sabiam que para eu ficar contente o melhor que me podiam dar era cadernos e lápis de cor. Era fácil de agradar.”
Quando havia trabalhos na escola que exigiam desenhar, era Ana quem se chegava à frente. Não foi surpresa, por isso, que na altura de escolher o ramo do ensino secundário a opção tivesse recaído em Artes. Problema: não tinham aberto turmas de Artes em Elvas nesse ano, pelo que teve de sair de casa para ir viver para Portalegre. Tinha apenas 15 anos.
Coimbra foi a cidade que se seguiu, para estudar Artes Plásticas na universidade. “E depois fui para Roma, achei que era essencial ter essa experiência fora, aprender italiano”.
O globetrotting terminou pouco depois, mas não a paixão pela arte. Como trabalho final de licenciatura, no quinto ano, Ana fez duas telas de dois por três metros dedicadas ao olhar de Rui Nabeiro sobre Campo Maior. Essas obras fazem hoje parte do acervo do comendador.
A relação com a Delta começou aí e foi-se prolongando. “A convite de João Manuel Nabeiro, decorei o Apert’Azeite, fiz, por exemplo, o mosaico num dos tetos.”
Ana entraria mais tarde para a empresa, para o Departamento de Marketing, como designer. Hoje já não tem as mesmas funções: está no Departamento de Qualidade da Novadelta, mas o bichinho pela pintura e ilustração continua bem presente.
Nas viagens, faz-se sempre acompanhar de um caderno para ir eternizando as paisagens que encontra. Já em casa, dá primazia aos retratos, que partilha com frequência no Instagram. As técnicas variam: “Comecei agora a descobrir a ilustração digital, mas sempre fui mais de acrílicos e aguarelas.” Foi em aguarela, aliás, e recorrendo a café, que retratou Rui Nabeiro por ocasião do seu 90.º aniversário. Um momento especial.