Pátio Bonjardim

Há quem lhe chame o “pátio mais bonito da cidade”. Escondido nas traseiras da bfg – Bernardino Francisco Guimarães, uma loja centenária de ferragens e decoração no centro do Porto, é um refúgio longe da azáfama da Baixa, do barulho dos carros e da correria do dia a dia. Ali, o tempo abranda e a tranquilidade impõe-se. Acolhedor, com alguma vegetação e um icónico painel de azulejos, datado do início do século XX, é o sítio ideal para um café demorado e uma fatia de bolo ainda morno, para um almoço ligeiro ou para um copo de vinho ao final do dia. No fundo, o Pátio Bonjardim é um lugar onde apetece sempre estar, a saborear cada momento. E cada recanto é pensado para inspirar bem-estar: ao sol ou à sombra, de manhã ou à tarde, envolto numa atmosfera retro, com móveis antigos e peças vintage, convida a conversas demoradas e a uma forma mais serena de viver no coração da cidade.

Bougain Avenida

Dizer que este oásis é um esconderijo não é exagero. Para chegar ao pátio interior do Bougain Avenida é preciso entrar num prédio antigo da avenida da Liberdade, atravessar salas e corredores, descer escadas e, finalmente, chegamos à luz do dia. Este é o jardim interior do hotel Valverde, onde este novo restaurante criou uma esplanada que parece misturar um riad marroquino com uma floresta tropical. Seja para provar tártaros frescos ou um bife com molho de pimenta ao almoço, para beber um cocktail ou um café, a vista é sempre a mesma: folhas de bananeira, fetos, paredes cobertas de vegetação e ao centro um pequeno tanque de água a dar uma singela e muito bem-vinda frescura ao ambiente. A decoração acentua a ideia de conforto e escape ao trânsito e ao cansaço que se vive lá fora. Aqui não faltam sofás e almofadas.

Maria Dentada

A beleza do Jardim Botânico do Porto, na antiga Quinta do Campo Alegre, inspirou a vida e a obra de Sophia de Mello Breyner Andresen, que ali viveu parte da sua infância e juventude – há uma réplica do busto da poetisa no Jardim dos Jotas, um dos locais de visita obrigatória, a par dos lagos, das estufas, do jardim de catos e das camélias. Do complexo faz também parte o Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto e a Maria Dentada, instalada na Galeria da Biodiversidade. É uma cafetaria com comida leve, que serve pequenos-almoços, almoços e lanches preparados com ingredientes frescos e sazonais. Há scones e tostas, pizzas ao fim de semana, sumos de fruta e uma paz que atinge a sua plenitude na esplanada. O pouso perfeito para ler um livro e se inspirar como Sophia, rodeado de natureza.

Ice Gourmet

O jardim da Fundação Gulbenkian é um tratado da primeira geração de arquitetos paisagistas portugueses. Com projeto assinado por Gonçalo Ribeiro Telles e António Vieira Barreto, desdobra-se num prado, num charco e em várias sombras e recantos que já uniram gerações de namorados lisboetas. Alguns deles, de gelado na mão – os gelados de autor, criativos e sem ingredientes artificiais, do café Ice Gourmet. Pela rua Marquês Sá da Bandeira chega-se mais rapidamente a este oásis. O Ice Gourmet fica no edifício do Centro Interpretativo Gonçalo Ribeiro Telles, logo à esquerda. Os vidros laterais, do chão ao teto do café, deixam entrar o verde de fora– é um exemplo da relação entre exterior e interior que este arquiteto procurava. Avistam-se alguns caminhos em betão que serpenteiam pelo parque e as estações do ano a transformar a natureza. Na mão, as criações dos chefes e donos da marca, Maria Santos e Bertílio Gomes, são mais do que fruta ou chocolate: há tortas de azeitão, alfarroba, eucalipto.

Delta Coffee House Experience Prata Riverside

Uma ciclovia, um parque a florir e o Tejo. Tudo isto está a dois passos da esplanada do Delta Coffee House Experience do Braço de Prata. Esta zona oriental da cidade é apreciada pos lisboetas para correr ao final da tarde, para ensinar os miúdos a andar de bicicleta ao fim de semana ou para relaxar a olhar o rio: o people watching está garantido e será acompanhado de uma experiência elevada do café de sempre. Em 2021, a Delta inaugurou aqui o conceito Delta Coffee House Experience. Nestas lojas provam-se os cafés Delta torrados no local e moídos ao momento, preparados com atenção ao pormenor numa V60, num balão, em expresso, aeropress ou em cold brew, por exemplo. Entretanto, há outras, três lojas (entre Lisboa e o Porto), mas só no Braço de Prata impera a proximidade com a natureza: é uma pausa para banhos de sol com vista, brisa do rio e uma calma que é difícil de encontrar no centro da cidade.

Casa de chá de Serralves

Com 18 hectares de natureza em estado puro e mais de duas centenas de espécies de plantas, o Parque de Serralves dispensa grandes apresentações: projetado pelo arquiteto Jacques Gréber nos anos 30 do século XX, é um dos locais emblemáticos da cidade, repleto de jardins, matas e uma quinta tradicional, onde o sossego impera e a agitação citadina parece estar longe. Situada no lugar do antigo campo de ténis do parque, a bonita Casa de Chá de Serralves tem uma esplanada à sombra, protegida pelas glicínias, plantas nativas do Japão, que trepam a pérgula em que se abriga. Por isso, antes ou depois do passeio – há percursos recomendados de visita, com diferentes durações, em que é possível observar também esculturas da Coleção da Fundação de Serralves –, sente-se ao ar livre, com um chá e um bolo como companheiros, e absorva o manto verde exuberante que o rodeia. Sem que nada o apresse.