Bruxelas
La Marée

Português, no La Marée, só mesmo a caldeirada da chef Maria Teresa, a gerência de Mário Alves, alguns vinhos e o café Delta. “A nossa cozinha não é portuguesa, é franco-belga”, confirma o empresário de 59 anos, 45 dos quais a viver em Bruxelas.

Mário está à frente do restaurante desde 1992, quando o anterior dono – o seu pai – se reformou. A especialidade costumava ser o mexilhão, mas, nos últimos anos, o molusco que é uma instituição gastronómica na Bélgica cedeu o lugar ao peixe fresco. “Desde que é a minha mulher quem cozinha, o peixe fresco começou a ganhar popularidade.” É que, garante: “a Maria Teresa domina os pontos de cozedura como ninguém”.

Com presença no Guia Michelin e paredes ornamentadas com recortes de jornais onde constam críticas generosas e reportagens elogiosas, o La Marée é um dos restaurantes de peixe e marisco mais reputados de Bruxelas. Está no coração da cidade, a 200 metros do Canal de Bruxelas e a 400 metros da Grand-Place, da qual diz ser “a praça mais bonita do mundo”. Os portugueses também lá vão, mas a clientela tende a ser belga.

“A nossa carta mantém-se igual há 40 anos. Só mudaram os preços, que antes eram em francos belgas.” É como a ligação à Delta: vem desde sempre. “Somos muito fiéis aos nossos fornecedores. Já o meu pai trabalhava com a Delta”, diz Mário, que chegou a beber 15 cafés por dia. Hoje refreia o consumo, por ordem do médico. “Não fosse o nosso fornecedor pensar que o café era todo para mim”, brinca. E é café expresso, do lote Diamond, tirado de uma máquina Mayor, o que se bebe no La Marée. “Compramos em grão e moemos no momento.”