Luísa Pião

Nasceu em Santarém, mas saiu cedo de Portugal. Estudou em Estrasburgo, e trabalhava em Genebra, na área do turismo, quando, em 1995, numa visita às Caldas da Rainha, reparou neste café histórico, que estava para trespasse. Gostou tanto do que viu que decidiu comprar o trespasse. Hoje, passados quase 30 anos, já é conhecida na cidade como a “Luísa do Central”. 

Pastelaria

Apesar de vender alguns dos icónicos doces das Caldas da Rainha, como as cavacas ou os beijinhos, o Café Central destaca-se por um bolo especial, o chamado Bolo do Pomar, que o é por ser à base de maçã reineta (e canela), mas também como homenagem a Júlio Pomar. Outro dos bestsellers da casa é o bolo de castanhas, uma receita que Luísa – apesar de não cozinhar – ajudou a aperfeiçoar.

Gelados

Nos tempos em que o Café Central era conhecido pelas tertúlias antirregime, a cave albergava um salão de jogos onde, consta, o ex-presidente Mário Soares chegou a esconder-se da PIDE. Quando Luísa Pião pegou no Central, transformou esse espaço num bar e galeria de arte, primeiro, e depois, a partir de 2010, num laboratório de gelados – uma das especialidades atuais da casa.

O unicórnio

O icónico painel da autoria de Júlio Pomar onde se retrata um unicórnio ladeado por um cavalo alado e uma jovem égua deve-se à amizade que este tinha com Custódio Maldonado de Freitas, filho do anterior proprietário do café, com quem estivera detido em Caxias. Quando Luísa adquiriu o Café Central, restaurou a obra, segundo as indicações do próprio Júlio Pomar, que ainda se lembrava do número dos pincéis e da cor exata.

O espaço

O Café Central está hoje diferente do que era até aos anos 90. Luísa Pião já o remodelou por duas vezes, mas sempre mantendo ou recuperando algumas das suas características fundamentais, como o canelado das paredes, reconstituído na primeira remodelação, ou o chão em pedra de lioz que, tal como o original, veio de Vila Viçosa.