“E se?” A história começou com uma formulação tão corriqueira que parecia incapaz de conter nela o carácter inovador do produto final. “E se tentássemos introduzir o café na chávena de outra forma?”, perguntou-se a equipa da Diverge – o centro de inovação do Grupo Nabeiro – sem imaginar que a ideia, materializada na máquina RISE Delta Q with Starck, conquistaria os “Óscares do design”, como também é conhecido o Red Dot Design Award.
“É com enorme orgulho que vemos a RISE Delta Q ser reconhecida em prestigiados concursos internacionais, o que reflete o forte compromisso com a inovação e com o design”, afirmou Rui Miguel Nabeiro, ceo do Grupo Nabeiro-Delta Cafés, quando o sistema de extração invertido da Delta e o design vanguardista do mestre francês Philippe Starck foram distinguidos na edição de 2024 do Red Dot Design Award, na categoria de design de produto “Kitchen Appliances”.
O que mais impressionou o júri do Red Dot Design Award – organizado pelo Design Zentrum Nordrhein Westfalen, na Alemanha, desde 1955 – foi o “design marcante” aliado à “facilidade de utilização” de um “processo de preparação de café excecional”.
Também nos German Innovation Awards, a RISE recebeu uma Menção Especial na categoria “Excellence in Business to Consumer: Household Appliances”, devido ao carácter “revolucionário” do sistema de extração.
É importante recordar que esta inovação juntou o domínio técnico da equipa da Diverge ao “lápis” criativo e irreverente de Starck, que fez questão de trabalhar diretamente neste projeto. “É um sentimento de satisfação conseguirmos elevar o valor de RISE Delta Q, a partir de uma ideia que nasceu no Centro de Inovação do Grupo Nabeiro – Diverge – com idealização, desenvolvimento e produção Made in Portugal, e posicionar esta inovação, uma vez mais, nos principais palcos da indústria”, revela Rui Miguel Nabeiro.
Deste design vanguardista, aliado aos avanços tecnológicos e que é suportado por mais de 20 patentes, resultou um método de extracção que torna o café mais aromático, intenso e cremoso. E resultou também uma peça de museu: a RISE Delta Q with Starck está, a partir de agora, em exposição no Red Dot Design Museum, em Essen, na Alemanha.
Orionte, Adega Mayor. A aposta da marca de vinhos e azeites do Grupo Nabeiro nos vinhos fortificados abriu também a porta à chegada de um Red Dot Design Award, em 2013. A imagem do Orionte foi inspirada no céu estrelado do Alentejo, que viu, numa noite de verão durante a vindima, ser adicionada aguardente vínica ao vinho para parar a fermentação. Surgiria assim o ponto de partida para o desenvolvimento de uma garrafa de 50 cl, preta como a noite – invocando a altura perfeita para degustar o vinho –, e com detalhes em branco que conquistou o júri do Red Dot.
Horse, Trêsdê. Se se diz por aí que é impossível reinventar a roda, o mesmo parece acontecer com os brinquedos de criança clássicos. No entanto, a marca portuguesa TrêsDê quis mostrar que não há impossíveis e reinterpretou o clássico cavalinho de baloiço, dando-lhe uma roupagem minimalista. O resultado é um brinquedo que preserva a essência do divertimento infantil e, contudo, faz tanto sentido integrado no contexto do quarto da criança quanto na sala de estar. O Horse mereceu, assim, um Red Dot Award em 2019.
Genesi, Bruma. Houve espaço para mais empresas portuguesas brilharem na última edição dos prémios de design Red Dot Award. É o caso da BRUMA, que conquistou um prémio em 2024 com as suas torneiras misturadoras Genesi, com acabamento preto mate. Estas torneiras, que foram buscar inspiração à natureza, conseguiram cativar os jurados “com a sua silhueta elegante e detalhes finamente trabalhados”, tornando a sua utilização numa “experiência tátil”.
Orquestra, Vista Alegre. A marca nacional de faianças é já uma repetente no que diz respeito ao prémio Red Dot, prova clara de que o design português tem capacidade para se destacar nos palcos internacionais. Em 2015, a Vista Alegre conquistou um Red Dot com o serviço Orquestra, que conjuga diferentes padrões de linhas geométricas, recriando a complexidade da harmonia e dos ritmos musicais. Este conceito, no entanto, não se ficou apenas por esta distinção, tendo arrecadado muitos outros prémios internacionais.
Wishbone, Frost A/S. A personalização que as pernas de mesa Wishbone da Frost A/S permitem foram argumento mais do que suficiente para convencer o júri do prémio Red Dot 2024 de que a excelência do design pode estar nos pormenores mais escondidos. Estes acessórios, desenhados pelo ateliê busk+hertzog, radicado em Lisboa, são feitos de aço inoxidável e estão disponíveis em vários acabamentos. Podem ser assim criadas (ou transformadas) mesas com carácter versátil e escultural, sejam elas de jantar ou de centro.
Souto Moura, Alba. A mestria do arquiteto Eduardo Souto Moura mereceu uma distinção no Red Dot Award de 2014. O recuperador de calor Souto Moura, da ALBA, incorpora uma zona de combustão e um reservatório de lenha, com chaminé oculta, duplo defletor de fumos e vidro serigrafado. Além disto, a porta, quando abre, recolhe completamente ficando oculta e, com isso, criando uma sensação de lareira que pode alterar qualquer ambiente. O júri dos prémios sublinhou a sua faceta “equilibrada” e simultaneamente “funcional”.
Tile, Exporlux. Este projeto da Exporlux, uma parceria com o arquiteto Miguel Arruda, deu uma nova utilização a um dos elementos com mais tradição no design português. O azulejo renasceu assim como elemento de iluminação na forma de apliques de parede com uma superfície esférica e antropomórfica, criados a partir de materiais tão variados como o caulino, a areia ou o dióxido de silício. Para o júri dos Red Dot Awards 2017, esta “expressão do trabalho artesanal” é capaz de atingir “um visual elegante e arquitetónico”, razão pela qual lhe atribuíram um prémio.
RISE Delta Q with Starck. Diverge
