O quê

Arquivo vínico

Quando

2003

Onde está

Adega Mayor, Herdade das Argamassas

 

É na nave principal da Adega Mayor que se encontram as barricas e as talhas, as garrafas de vinho ainda por rotular e as que, estando rotuladas, aguardam a sua vez de repor stocks em supermercados, lojas e garrafeiras, em cafés, restaurantes e hotéis. É um lugar de passagem, o que está lá não permanece por muito tempo – exceto no que diz respeito a duas estantes encafuadas em cantos opostos da adega.

São garrafeiras com mais de dois metros de altura e uns quantos múltiplos de largura. A camada de pó que cobre as garrafas e as etiquetas penduradas nas rolhas sugerem que, ao contrário do que se passa no resto da adega, o rebuliço, aqui, é pouco ou nenhum. Por outras palavras, é o rebuliço que se esperaria de um arquivo vínico.

As estantes guardam a história vínica da Adega Mayor desde o início, e ainda mais para trás. O edifício, com desenho do arquiteto Álvaro Siza Vieira, foi inaugurado em 2007. Mas já antes se vindimava na herdade. Por exemplo, da colheita de 2003 saíram dois tintos, o Reserva do Comendador e o Garrafeira do Comendador (topo de gama descontinuado em 2007). Exemplares destas referências (e de muitas outras) estão presentes no arquivo vínico, que tem várias razões de ser. Por um lado, o portefólio, de diferentes garrafas e anos, permite verificar a evolução dos vinhos ao longo do tempo. Por outro, guarda amostras que se destinam a ser apreciadas por júris de concursos de vinhos ou enviadas à Comissão Vitivinícola Regional Alentejana para certificação.

Quanto às vistosas etiquetas, elas informam sobre o conteúdo de cada garrafa. Indicam, por exemplo, o produto (se é tinto, branco ou rosé, e de que ano), a chancela (a Adega Mayor alberga muitas marcas distintas), a data de colheita e o motivo da amostra. Pode tratar-se de uma colheita periódica ou talvez a equipa de enologia da Adega Mayor queira apenas saber como está hoje esse Garrafeira do Comendador de 2003 – provavelmente, fantástico.