Assim como a internacionalização da Delta levou a marca de Campo Maior aos quatro cantos do mundo, também o mundo continua a entrar todos os dias pela fábrica Novadelta adentro. São toneladas e toneladas de café, embaladas em sacas de 60 a 70 kg, provenientes do continente americano, de África e da Ásia. 

Timor-leste

A saca vazia que ilustra esta página transportou 60 quilos de café desde o outro lado do mundo. Desde Timor-Leste, um país pequeno, por definição, que é, na verdade, um grande produtor de café. Esta grandeza não se mede em toneladas, mas em qualidade. O cruzamento natural e espontâneo entre as variedades Robusta e Arábica confere ao café um aroma rico e adocicado e uma textura suave. É por isso que a Delta lhe dedica um lote próprio na coleção Origins, com café da região de Emera, a sul de Díli. É um blend harmonioso, exótico e de deliciosa plenitude que se distingue pelo seu sabor cheio, acidez suave e traços doces de chocolate.

Uganda

Das encostas do monte Elgon, um vulcão adormecido sobre a fronteira com o Quénia, diretamente para a fábrica Novadelta, em Campo Maior. Todos os meses, toneladas de café das variedades Robusta e Arábica percorrem este caminho até chegar às mãos de Adelino Cardoso, supervisor de torrefação da Delta, em sacas iguais a esta. O café vem de plantações que estão entre 1200 e 1600 metros acima do nível do mar. Tem notas caramelizadas, um adocicado natural com ligeira acidez cítrica e um perfil bastante encorpado. “Como é regra nos cafés africanos”, diz Adelino. “É um café achocolatado, muito bom”, remata. 

Camarões

Encontram-se diferentes tipos de café Robusta e Arábica nas plantações de café dos Camarões. “Tratando-se de um país africano”, comenta Adelino Cardoso, “a percentagem maior será de Robusta”. É por esse motivo que a Delta utiliza o café desta origem nos seus blends mais intensos, como é o caso das cápsulas Delta Q Qalidus e Delta Q mythiQ. As bagas de Robusta dos Camarões distinguem-se por terem um perfil equilibrado, achocolatado e com um distinto sabor a frutos secos. Este fornecedor, a C.C.C & Co Ltd Sarl Yaounde, exporta as duas variedades de café.

Guatemala

Se de África vem café mais encorpado, como é apanágio da baga robusta, é da América Central que vêm os grãos que ajudam a Delta “a equilibrar os seus blends e a encontrar o balanço certo para o gosto português”, diz Adelino Cardoso. “Escolhemos a Guatemala como base dos cafés Arábica, onde sobressaem o corpo e uma acidez equilibrada.” A variedade de microclimas e solos vulcânicos, aliada às elevadas altitudes onde o café é plantado – entre 1300 e 2000 metros acima do nível do mar –, originam bagas com um sabor mais concentrado.

Nicarágua

Todos os dias se torram dezenas de toneladas de café na fábrica Novadelta, em Campo Maior. É por esse motivo que a Delta não tem o hábito de comprar diretamente aos produtores. “Existem poucos produtores no mundo com dimensão suficiente para nos fornecer as quantidades de que necessitamos”, explica o supervisor de torrefação. “Um só produtor teria de ter muitos pés plantados para poder fornecer a Delta.” Em vez disso, o Grupo Nabeiro trabalha com intermediários. Na Nicarágua, um dos principais intermediários é a Exportadora Altantic S.A., fundada em 1997, e que exporta café, é claro, mas também cacau, açúcar e algodão. 

Colômbia

A família Gomez Mora vai já na quarta geração de produtores de café. Este, nas variedades Caturra, Supremo Colômbia, Geisha e Castillo, todas da categoria Arábica, é cultivado a 1450 metros de altitude nas terras férteis que ladeiam as montanhas de Sevilha, região Valle del Cauca, na Colômbia. É um café aveludado e achocolatado, com notas de laranja, amêndoa e mel. Antes de as sacas começarem a sua viagem até Campo Maior, o conteúdo é analisado em laboratório, para garantir que o selo de qualidade da Federación Nacional de Cafeteros de Colombia é bem aplicado.

Brasil

Dezenas de milhões de sacas iguais a esta, a rebentar pelas costuras com grãos de café da variedade Arábica, saem do Brasil todos os anos rumo aos Estados Unidos, Japão e Europa. País com o tamanho de um continente, o Brasil é, afinal, um dos maiores produtores. E um que se especializou em produzir uma grande diversidade de café Arábica, desde as plantações na região da Mogiana, a noroeste de São Paulo, até à Zona da Mata, no nordeste. Aqui também se produz Robusta, mas apenas para consumo interno. Estima-se que 40% de todos os cappuccinos, espressos, ristrettos, machiattos (e outras bebidas de café) consumidos no mundo sejam preparados com café Arábica brasileiro.